Enquanto se instalavam nos seus novos quartos, Harry, Bella,
Stella e Patrycia sentiram-se como se estivessem em casa. Aquele apartamento
era exatamente o oposto da ultima casa que tinham experimentado. As divisões
eram bastante iluminadas com paredes pintadas de cores vivas, sem esquecer as
suas decorações que fascinavam os olhos de qualquer pessoa que lá entrasse. Os
seus quartos estavam no último andar do apartamento, e nos restantes pisos apenas
morava um homem e uma mulher, casados, sem filhos e muito misteriosos. Enquanto
transportavam as malas para os seus quartos, Harry cruzou-se com esse casal. Como
não podia esquecer os seus atos de simpatia, decidiu cumprimentar-lhes e
desejar-lhes um bom dia. Mas a reação deles foi nula. Continuaram a caminhar em
frente como se não tivessem visto ninguém. Voltou depois para junto de Bella.
- Parece que os nossos vizinhos são arrogantes... - disse Harry sem
papas na língua. – Nem sequer com os nossos únicos vizinhos temos sorte.
- Deixa lá, devem estar a ter um mau
dia. - disse Bella rindo-se.
- Num sítio como este não deve
haver ninguém que tenha dias bons... - interferiu Stella.
- Só estamos aqui por causa do que
o Hugo nos disse, quando resolvermos isto vamos para casa. - disse Harry.
- E qual é o teu plano? Vamos andar
à procura do assassino pela vila toda?
- A vila não é grande, se o
assassino estiver cá não deve ser difícil encontra-lo. - concluiu Harry.
- Se calhar ele nem existe! –
criticou Stella.
- Como podes dizer isso? – levantou
a voz - Se já não acreditas no Hugo não estás aqui a fazer nada, podes ir junto
com os meus pais.
- O quê? Estás-me a mandar embora?
Harry virou-lhe as costas e saiu do
quarto caminhando furiosamente até à porta.
Stella correu atrás dele.
- Onde pensas que vais? Pára! Não
me podes fazer isto!
- Se não acreditas no meu irmão,
não acreditas em mim. – disse pegando numa mochila e saindo do apartamento.
Stella elevou as suas mãos à cabeça
sem querer acreditar no que tinha acontecido e deslocou-se novamente para o
quarto, onde estava Bella à tua espera.
- Calma… Não fiques assim. –
acalmou Bella.
- Como queres que fique? Ele acabou
comigo!
- Não dês importância, de certeza
que ele vai mudar de ideias…
- Ele nunca me falou assim, Bella.
Só estava a tentar fazer-lhe parar com esta obceção de encontrar o assassino, é
muito perigoso. Será que ele não percebe isso?
- Tenta compreende-lo, ele ainda
está muito abalado com o que aconteceu ao Hugo. Não te esqueças que ele o viu a
morrer. Ouviu os berros dele. Viu-o a sufocar e a implorar por ajuda.
- Deve ter sido horrível…
- … e traumático. Ele agora precisa
de tempo. Vá, levanta-te para irmos buscar a Patrycia e depois vamos
procura-lo.
Harry estava cego de raiva.
Arrependera-se do que fizera a Stella mas ao mesmo tempo não a conseguia
perdoar por duvidar dele. Esta obcecado em cumprir o que o seu irmão pediu e
não pensava em mais nada.
Caminhava numa direção sem destino
quando a escuridão da noite preencheu as ruas de Breakness. Retirou da sua
mochila uma lanterna e uma sande que Angelina tinha deixado antes de se ir
embora, e sentou-se na ponta de um pequeno muro. Enquanto desfrutava a sua
sanduíche, um estrondo se sobrepôs ao resto dos ruídos da noite, fazendo-o
levantar-se de rompante.
Caminhou em frente e olhou à sua
volta. Uma sinistra luz no fundo da rua se avistou fazendo a sua pulsação
acelerar. Foi-se aproximando dessa luz, e à medida que o fazia a luz ia ficando
cada vez mais fraca. Continuou e nenhum sinal de movimento o chamou à atenção.
De repente algo o assusta.
Era o telemóvel a tocar.
Apressou-se a procura-lo pela mochila para o desligar imediatamente. Se o
assassino estivesse alí, iria descobri-lo pelo barulho do telemóvel. Mas ele
não parecia em lado nenhum.
Atrapalhado olhou à sua volta. O
som parecia vir da sua mochila mas, ao mesmo tempo, de muito longe. Então
lembrou-se do muro em que se tinha sentado, e quando olhou para trás, lá estava
ele. Correu até ao muro e pegou violentamente no telemóvel. Era Stella. Estava
preocupada, pois não sabia onde ele estava, e precisava de falar com ele sobre
a discussão que tiveram.
Desligou o telefone e
escondeu-se. A sua respiração estava assustadoramente acelerada, e pela sua
camisa escorriam gotas de suor. Espreitou por entre as árvores e avistou a
pequena luz que ainda brilhava. Caminhou em direção a ela e enquanto se
aproximava sentia um calor a abraça-lo. Quando lá chegou, a luz apagou-se.
Apontou para o chão com a lanterna e todo ele estava preenchido de brasas. Toda
aquela área estava queimada. Alguém tinha acabado de fazer um incêndio. E o
estrondo que tinha ouvido sería talvez uma explosão. «Terei assistido a um
incêndio feito por ele?», pensou para
sí.Espero mais uma vez que tenham gostado, beijinhos :*
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