sexta-feira, 26 de junho de 2015

Against the wind - novo blog

Olá :)

A todos os que me seguem neste blog quero, desde já, agradecer. Mas mais do que isso quero que me conheçam melhor e, talvez, passar a ter uma oportunidade de conhecer alguns de vós de uma forma mais especial. Para que isso seja possível tenho, a partilhar com todos vocês, um novo blog que acabei de criar, em que eu não partilharei nenhuma historia, mas sim pequenos bocados de uma historia - da minha história de vida. É um blog onde, através de várias formas de arte - desde desenhos/pinturas, poemas e textos, imagens tiradas por mim ou através da música - irei-vos dar a oportunidade de conhecerem um bocado de um lado meu que nunca partilhei com ninguém e que jamais partilharia totalmente com quem quer que fosse. A vocês dou uma oportunidade, pois o meu verdadeiro objetivo é transmitir mensagens sobre vários assuntos que eu considero interessantes, ao máximo de pessoas possíveis.
No entanto aviso desde já que só conseguirão interpretar da forma certa as coisas que vou publicar, aqueles que possuírem uma enorme sensibilidade ou sejam parecidos comigo. Dessa forma, através dos contactos que vou deixar no blog, poderei, também eu, talvez conhecer alguns de vocês.

Espero contar convosco para este desafio!
CFly

terça-feira, 2 de abril de 2013

Capitulo 8 – O primeiro Incêndio


Enquanto se instalavam nos seus novos quartos, Harry, Bella, Stella e Patrycia sentiram-se como se estivessem em casa. Aquele apartamento era exatamente o oposto da ultima casa que tinham experimentado. As divisões eram bastante iluminadas com paredes pintadas de cores vivas, sem esquecer as suas decorações que fascinavam os olhos de qualquer pessoa que lá entrasse. Os seus quartos estavam no último andar do apartamento, e nos restantes pisos apenas morava um homem e uma mulher, casados, sem filhos e muito misteriosos. Enquanto transportavam as malas para os seus quartos, Harry cruzou-se com esse casal. Como não podia esquecer os seus atos de simpatia, decidiu cumprimentar-lhes e desejar-lhes um bom dia. Mas a reação deles foi nula. Continuaram a caminhar em frente como se não tivessem visto ninguém. Voltou depois para junto de Bella.
- Parece que os nossos vizinhos são arrogantes... - disse Harry sem papas na língua. – Nem sequer com os nossos únicos vizinhos temos sorte.
- Deixa lá, devem estar a ter um mau dia. - disse Bella rindo-se.
- Num sítio como este não deve haver ninguém que tenha dias bons... - interferiu Stella.
- Só estamos aqui por causa do que o Hugo nos disse, quando resolvermos isto vamos para casa. - disse Harry.
- E qual é o teu plano? Vamos andar à procura do assassino pela vila toda?
- A vila não é grande, se o assassino estiver cá não deve ser difícil encontra-lo. - concluiu Harry.
- Se calhar ele nem existe! – criticou Stella.
- Como podes dizer isso? – levantou a voz - Se já não acreditas no Hugo não estás aqui a fazer nada, podes ir junto com os meus pais.
- O quê? Estás-me a mandar embora?
Harry virou-lhe as costas e saiu do quarto caminhando furiosamente até à porta.
Stella correu atrás dele.
- Onde pensas que vais? Pára! Não me podes fazer isto!
- Se não acreditas no meu irmão, não acreditas em mim. – disse pegando numa mochila e saindo do apartamento.
Stella elevou as suas mãos à cabeça sem querer acreditar no que tinha acontecido e deslocou-se novamente para o quarto, onde estava Bella à tua espera.
- Calma… Não fiques assim. – acalmou Bella.
- Como queres que fique? Ele acabou comigo!
- Não dês importância, de certeza que ele vai mudar de ideias…
- Ele nunca me falou assim, Bella. Só estava a tentar fazer-lhe parar com esta obceção de encontrar o assassino, é muito perigoso. Será que ele não percebe isso?
- Tenta compreende-lo, ele ainda está muito abalado com o que aconteceu ao Hugo. Não te esqueças que ele o viu a morrer. Ouviu os berros dele. Viu-o a sufocar e a implorar por ajuda.
- Deve ter sido horrível…
- … e traumático. Ele agora precisa de tempo. Vá, levanta-te para irmos buscar a Patrycia e depois vamos procura-lo.
Harry estava cego de raiva. Arrependera-se do que fizera a Stella mas ao mesmo tempo não a conseguia perdoar por duvidar dele. Esta obcecado em cumprir o que o seu irmão pediu e não pensava em mais nada.
Caminhava numa direção sem destino quando a escuridão da noite preencheu as ruas de Breakness. Retirou da sua mochila uma lanterna e uma sande que Angelina tinha deixado antes de se ir embora, e sentou-se na ponta de um pequeno muro. Enquanto desfrutava a sua sanduíche, um estrondo se sobrepôs ao resto dos ruídos da noite, fazendo-o levantar-se de rompante.
Caminhou em frente e olhou à sua volta. Uma sinistra luz no fundo da rua se avistou fazendo a sua pulsação acelerar. Foi-se aproximando dessa luz, e à medida que o fazia a luz ia ficando cada vez mais fraca. Continuou e nenhum sinal de movimento o chamou à atenção.
De repente algo o assusta.
Era o telemóvel a tocar. Apressou-se a procura-lo pela mochila para o desligar imediatamente. Se o assassino estivesse alí, iria descobri-lo pelo barulho do telemóvel. Mas ele não parecia em lado nenhum.
Atrapalhado olhou à sua volta. O som parecia vir da sua mochila mas, ao mesmo tempo, de muito longe. Então lembrou-se do muro em que se tinha sentado, e quando olhou para trás, lá estava ele. Correu até ao muro e pegou violentamente no telemóvel. Era Stella. Estava preocupada, pois não sabia onde ele estava, e precisava de falar com ele sobre a discussão que tiveram.
Desligou o telefone e escondeu-se. A sua respiração estava assustadoramente acelerada, e pela sua camisa escorriam gotas de suor. Espreitou por entre as árvores e avistou a pequena luz que ainda brilhava. Caminhou em direção a ela e enquanto se aproximava sentia um calor a abraça-lo. Quando lá chegou, a luz apagou-se. Apontou para o chão com a lanterna e todo ele estava preenchido de brasas. Toda aquela área estava queimada. Alguém tinha acabado de fazer um incêndio. E o estrondo que tinha ouvido sería talvez uma explosão. «Terei assistido a um incêndio feito por ele?», pensou para sí.


Espero mais uma vez que tenham gostado, beijinhos :*

quinta-feira, 28 de março de 2013

Capitulo 7 – Ir ou ficar?!



Momentos depois, os dois chegaram ao local onde o resto da família ficara e todos se levantaram até ao pé deles. Michelle correu até aos braços de Bella para pegar no Brian, que abraçou logo a sua mãe, assustado.
- Porquê que demoraram tanto? Estávamos todos preocupadíssimos! – disse Michelle Adams.
- O que se passou? Porquê que estão com essas caras? – perguntou Derek.
- Onde está o Hugo? – gemeu a Angelina num salto de preocupação  passando por Derek e focando Harry aterradoramente.
Harry olhou para Bella sem saber como explicar o que acontecera, e depois olhou em frente ganhando coragem.
- Vamos ter que ser fortes… - começou ele.
- Harry… O que aconteceu? Por amor de deus diz-me o que lhe aconteceu!!! – gritou Angelina já a pensar o pior.
- Harry, onde é que ele está? – interrogou Derek tentando acalmar-se – Por favor, diz-me que está tudo bem e que ele vem já…
- Não pai. O Hugo está… morto!
Stella abraçou Angelina também a chorar e Derek atirou-se para o chão, agarrando-se à Patrycia que olhava sem reação, sem perceber.
- Não pode ser… - gritou Angelina sem conseguir acreditar.
- Vamos ter que ser fortes – repetiu Harry de lágrimas nos olhos.
- Mas como Harry? O que aconteceu? – perguntou Stella sem perceber.
Harry engoliu um seco e tentou acalmar-se e ganhar força para explicar tudo o que aconteceu.
- Antes de ele morrer… Nós fomos até à floresta, e vimos que os gritos que se ouviam eram de pessoas que se enforcavam. Víamos pessoas mortas a caírem das árvores com uma corda atada ao pescoço, e o corpo delas parecia queimado. Desatamos a fugir da floresta e nesse momento vimos um homem à nossa frente… um homem que não parecia real mas que nos acenou como se nos quisesse salvar. E a partir desse instante o Hugo ficou completamente mudado. Como… como se esse homem tivesse dito alguma coisa ao Hugo. Depois o homem desapareceu da mesma maneira que aquele gato preto que vimos apareceu nas cinzas. E então eu soube… tive a certeza de que aquele homem era um fantasma, e que o Hugo conseguia ouvir os fantasmas. Pois só ele percebeu o aviso dele e disse para nós caminharmos na direção dele.
- O quê? Tens a certeza? – perguntou Angelina.
- Como é que ele conseguia ouvir os fantasmas? Como é que é possível? – perguntou Mickael sem perceber.
- Eu sei que é difícil de acreditar, mas o que estou a dizer é verdade! O próprio Hugo me disse isso. Ele só queria que nós acreditássemos nele… Quando saímos da floresta o Hugo parou de correr e quis entrar na nossa antiga casa… Nós tentamos impedi-lo mas ele queria entrar lá dentro de qualquer maneira. Então eu corri atrás dele e fui procura-lo dentro da casa. E quando o encontrei, perguntei-lhe o que os fantasmas queriam…e ele disse-me… disse-me que os fantasmas queriam-nos ajudar… mas que haviam outros fantasmas que se queriam vingar de um homem… do homem que os matou. E disse, que se nós não apanhássemos esse assassino, os fantasmas que se querem vingar dele iam-se vingar de nós…
- Como é que é possível? Não acredito! – disse Michelle virando-se de costas. – Nem sei porquê que nos estás a contar essas tretas… nós estamos é preocupados em saber como o Hugo morreu!!
- Não são tretas tia!! Isto é verdade!! – gritou Harry sem paciência.
- Eu acredito em ti Harry…- disse Stella - Nós vimos o Hugo a falar com uma senhora idosa. Lembras-te? Mas nós não a víamos, só ele é que a via. Na altura não acreditamos, mas agora sei que ele tinha razão.
- Parem com essas parvoíces e digam-me como é que o meu filho m… – Foi incapaz de dizer aquela palavra - …O que aconteceu afinal? – perguntou Derek já impaciente.
- O Hugo disse que tinha de ir ter com os fantasmas que nos queriam ajudar e trancou-se dentro da casa de banho. Eu olhei através da fechadura e vi-o a pegar numa corda. Ele queria suicidar-se para nos poder ajudar em forma de fantasma, tal como os outros fantasmas nos ajudavam… - disse Harry com lágrimas a escorrerem pela cara – Tentei impedi-lo mas não podia! A porta estava trancada… nem sequer a conseguia arrombar, por isso só me restava gritar e implora-lo para não fazer aquilo.
- Oh meu deus… Não pode ser!! - gritou Angelina pegando num novo lenço e virando-se de costas a chorar.
- Eu não podia fazer nada mãe… não podia!
- Não faz mal Harry – disse Stella abraçando-o – tu não tiveste culpa! Fizeste tudo o que pudeste!
- Eu estou farto disto! Vamos embora e é já. Não posso deixar que aconteça mais alguma desgraça nesta terra amaldiçoada!! – disse Derek caminhando em frente para cancelar o alugo da nova casa.
- Não pai! Não faças isso! Temos que fazer a vontade dos fantasmas, se não apanharmos o assassino vamos todos morrer!!
- Poupa-me Harry! Tu acreditas mesmo nessa treta? – perguntou Michael violentamente.
Derek olhava seriamente para Harry sem querer admitir que concordava com Michael.
- Pai… Se não acreditas em mim, pelo menos acredita no Hugo. Ele disse-me isto! Ele morreu por causa disto! Não quero que a morte dele tenha sido em vão, estou disposto a ajuda-lo, seja para o que fôr. Se queres fugir como um cobarde e deixar que todos nós morremos, tu é que sabes… mas eu não vou ficar parado!
Derek continuou a olhar para o seu filho com dor.
- Filho, o teu pai tem razão! - disse Angelina ainda a chorar - Temos que sair desta terra. Desde que viemos para aqui só acontecem coisas más. A cada dia que passa sinto que as nossas vidas estão cada vez mais confusas, mais estranhas e sem sentido… Não queremos mais desgraças!
- Então se querem fugir, fujam! Mas eu daqui não saio enquanto não apanhar esse tal assassino que pôs esta cidade de pernas para o ar. O meu irmão morreu por nós, para nos ajudar, e eu vou ficar aqui a fazer a vontade dele, venha o que vier!!
- Eu fico contigo Harry. – disse Stella.
- Eu também! – disse Bella.
- O quê? Será que está tudo doido?! – disse Michael.
- Não precisam de ficar, eu não tenho medo. Não preciso de ninguém.
- Nós ficamos Harry! – insistiu Bella.
- Têm a certeza? – perguntou Harry.
- Sim, temos! – disse Stella. - Não faria qualquer sentido tu passares por isto sozinho.
- Bom, vocês é que sabem! – disse Derek pegando nas malas.
- Não… Não os podemos deixar aqui! – interveio Angelina virada para Derek.
- Não te preocupes mãe. Nós ficamos bem. Ficamos nesta casa e telefonamos sempre que houver novidades. – disse Harry.
Harry, Bella e Stella despediram-se dos outros, abalados com todos aqueles acontecimentos repentinos. E então Angie, Michelle, Derek e Michael pegaram nas suas malas e começaram a caminhar em direção ao aeroporto, juntamente com o Brian que chorava sem parar e a pequena Patrycia que olhava para trás e pedia à mãe para ficar com o Harry.
- Não filha! É perigoso se ficares aqui!
- Mas mãe… o Harry toma conta de mim. Eu quero ficar com a Stella! Ela é a única que me compreende sempre…
- Eu sei que tu gostas muito da Stella, mas tens que vir connosco.
Patrycia começa a fazer birra no momento em que Harry se aproxima deles.
- O que se passa mãe? - perguntou ele.
- Não é nada, ela já se acalma. Adeus filho, vou ter muitas saudades.
- Deixa-me mãe!! Eu quero ficar com eles!! – gritava a Patrycia.
Harry olhou para a mãe como quem lhe pedia para a deixar ficar com eles.
- Não posso Harry, e se acontece alguma coisa?
- Acredita, ela vai ficar melhor connosco…
Angelina olhou para Derek à procura de um protesto ou negação, mas este encolheu os ombros e continuou a andar com as malas.
- Mas Harry... e se lhe acontece o mesmo que aconteceu ao Hugo? Nao posso permitir que isso aconteça.
-Nao te preocupes mãe, confia em mim. Se depender de mim, mais nenhum mal irá acontecer nesta familia.
- Esta bem… - disse por fim Angie suspirando – Porta-te bem Patrycia. Não te afastes do teu irmão!! Pega lá as tuas malas.
Angie despediu-se da filha dando-lhe um beijo e um grande abraço e ela correu até junto de Stella animada.
- Que fixeee! Vou ter umas férias a sós com os pombinhos! – disse Patrycia.
- Calma peste, não é bem assim. – disse Stella olhando seriamente para  Harry.
- Que foi? A crise de ciúmes ainda não te passou? – perguntou Harry fazendo Stella desviando o olhar.
- Stella, não há motivos para tu estares assim connosco! – disse Bella sem se conseguir conter mais  - Eu jamais iria olhar dessa maneira para o teu namorado. Afinal somos ou não somos amigas?
- Sinceramente já não sei Bella…
- Oh Stella, menos… - disse Harry virando costas.
- Ui… os pombinhos estão chateados! – brincou Patrycia rindo-se.


E acabou aqui um outro capítulo de Breakness Village, se gostaram não percam o próximo. Beijos :*


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Capitulo 6 – “O que vais fazer Hugo?”



Os três correram desajeitadamente mas algo lhes impediu. Uma forte aragem lhes empurrou para trás e mais gritos começaram.
Correram numa direção diferente e um outro corpo enforcado lhes caiu em cima.
Os três olharam para todas as direções desesperados, sem saber por onde fugir. Estavam encurralados! Por qualquer lado que eles corressem um novo corpo preenchido de sangue lhes aparecia amarrado por uma corda ao pescoço.
Harry olha para o seu lado direito com esperança de ver uma saída daquele momento aterrador e vê um homem ao longe. Olhava para Hugo fixamente e acenava como se o estivesse a chamar.
- Hei! Quem é você? – gritou Harry de voz trémula.
O homem não respondeu. Em vês disso virou as costas e começou a caminhar para a direção contraria.
- Não vá embora! Ajude-nos, por favor! – gritou Bella.
Os três ficaram a olhar para ele e, num ápice, viram o homem a desaparecer como se fosse açúcar a dissolver-se em água quente
- Mas que raio… – disse Bella olhando sem perceber.
- Corram! – gritou Hugo começando a correr na direção em que o homem ia antes de desaparecer.
Os três correram em frente tal como Hugo dissera e finalmente os homens enforcados deixaram de cair das árvores, os gritos deixaram de se ouvir e encontraram o ar limpo que pairava antes de entrarem na floresta. As árvores foram desaparecendo atrás deles enquanto corriam, sem parar e sem olhar para trás. Apenas queriam que aquele pesadelo acabasse e que ficasse tudo bem como há uns minutos atrás.
De repente Hugo pára de correr, deixando-se ficar para trás e olhando palidamente para a frente, exatamente com a mesma expressão aterrorizada de quando viu o primeiro corpo morto caído no chão.
Harry e Bella olharam para trás, para Hugo.
- Anda Hugo!! Temos de voltar para junto dos pais, temos que esquecer isto! – disse Harry sem fôlego – Estás cansado?
Hugo não reagia, apenas se via o seu estado aterrorizado.
- Hugo?!... – chamou Bella.
Passou a mão à frente da cara dele, e Hugo nem pestanejou. Franzia a testa como se não estivesse a perceber alguma coisa e Harry lembrou-se de quando ele estava na casa de banho a olhar para o banheiro e a falar sozinho. Ele estava agora exatamente da mesma forma, mas estava mais pálido e não falava.
Depois Hugo virou-se para a sua esquerda e olhou para uma grande casa velha. A casa onde todos eles tinham permanecido nos primeiros dias da viagem. A casa onde o misterioso gato preto aparecia e desaparecia. A casa onde um aviso apareceu na casa de banho, com os vidros e as paredes cheias de sangue.
Harry e Bella olharam também para a casa. Com o desespero de voltar para junto da família, nem tinham reparado nela. Harry engoliu um seco e olhou novamente para o seu irmão. Ele começara a caminhar na direção à casa, sem olhar para mais nada.
- Hugo, não! – gritou Harry, correndo até ele para o impedir de entrar.
Hugo não reagia a nada. Olhava fixamente para a casa como se nada mais existisse, e caminhava na direção dela como se algo o chamasse para lá.
Harry agarrou-o e ele tentava resistir à força dele.
- Larga-me! – gritou furioso.
- Não vais entrar lá dentro Hugo, é perigoso!
Hugo fazia toda a sua força para se soltar dos braços de Harry até que acabou por se soltar, correndo em direção à enorme casa.
Bella e Harry correram atrás dele, mas já era tarde demais. Hugo tinha acabado de avançar os portões e estava agora dentro da sala.
- Não vou conseguir entrar Harry… - disse Bella ainda a tremer.
- Eu vou lá busca-lo, fica aqui a tomar conta do Brian.
- Tem cuidado!
Harry avançou com receio. Cada vez acreditava mais em fantasmas, e cada vez se assegurava mais de que os fantasmas lhes queriam dizer algo importante. Algo que lhes podia salvar as vidas! Era apenas um pressentimento dele, mas um pressentimento muito forte que lhe fazia acreditar em tudo e não ter medo de nada.
Entrou pela sala vagarosamente e olhou à sua volta. Não haviam sinais do Hugo nem de nenhum gato preto sinistro na lareira. Subiu as escadas sem fazer barulho e chamou baixinho pelo nome do seu irmão.
- Hugo… Não te preocupes. O que quer que for que tu querias fazer aqui, eu ajudo-te!
Harry ouviu um grunhido vindo do quarto que fora dele durante alguns dias e aproximou-se.
- Hugo. – chamou ele – eu sei que és tu que estas aí. Explica-me o que vieste aqui fazer…
Hugo saiu do quarto e pôs-se em frente dele com o mesmo olhar sério e, ao mesmo tempo, aterrorizado.
- Fantasmas… - sussurrava ele – por todo o lado!
- O quê que eles te dizem, Hugo?
- Tu não acreditas em mim…
- Eu acredito Hugo! Os fantasmas existem, eu sei que sim. Aquele homem que vimos na floresta a desaparecer era um de certeza. Nós conseguimos vê-los Hugo, mas só tu os consegues ouvir. Precisamos da tua ajuda. Precisamos de saber o que eles querem!
- Querem salvar-nos!
- O quê? Como é que nos querem salvar se nos fazem todas estas coisas más?
- Estás a ver? Tu não acreditas em mim. – disse Hugo começando a caminhar em frente.
Harry agarrou-o e ajoelhou-se em frente dele.
- Pronto, pronto. Eu acredito em ti! Conta-me Hugo… De quê que eles nos querem salvar?
Os mesmos gritos da floresta começaram a ecoar por toda a casa e o gato preto apareceu novamente do nada, correndo em direção à casa de banho.
- Querem salvar-nos dos demónios! Dos fantasmas maus que se querem vingar do homem! – completou o Hugo.
- O quê? – disse Harry assustado com os gritos que ouvia e atrapalhado com o que o Hugo tinha acabado de dizer – Mas que homem?
- O homem que os matou… o homem que infernizou esta cidade!! O assassino! E se nós não fizermos nada… se não vingarmos as mortes das pessoas que morreram por causa dele, os fantasmas vão se virar contra nós! – berrou Hugo – Tenho de ir mano, desculpa mas tenho que ir.
- Ir onde? – perguntou quando Hugo começou a correr em direção à casa de banho.
- Ajudar os fantasmas! Eles estão me a chamar.
Hugo entrou na casa de banho e trancou a porta atrás de si.
- O que vais fazer Hugo? Abre a porta!! – gritou Harry batendo com toda a força na porta - Estás a ir longe demais!
 Espreitou pela fechadura e viu Hugo a abrir e a fechar as gavetas dos armários da casa de banho. Estava à procura de alguma coisa. Mas de quê?
De repetente Harry vê o seu irmão a tirar um corda grossa de uma das gavetas e o seu coração dá um salto, lembrando-se das cordas das pessoas que se enforcaram na floresta.
- Não Hugo! Não faças isso! – berrou Harry com todas as suas forças e  tentando arrombar a porta.
Mas Harry não podia fazer nada para impedir. Hugo parecia enfeitiçado e decidido a ajudar os fantasmas. Subiu um banco, amarrou a corda à ponta do candeeiro, amarrou a outra ponta à volta do seu pescoço. Depois parou, olhou por instantes para o buraco da fechadura de onde se via Harry a espreitar e a gritar para não fazer aquilo, e saltou de seguida, para fora do banco.
Harry tornou a ouvir os gritos que ecoaram por toda a casa, mas desta vez, os gritos eram do seu irmão, que acabara de morrer asfixiado.
Pálido e sem saber o que fazer, espreitou novamente pela fechadura e viu Hugo morto e caído no chão. Exatamente da mesma forma que vira as outras pessoas enforcadas na floresta. Olhou em frente, desceu as escadas, passou pela sala de jantar deserta e passou por Bella, continuando a caminhar em frente.
- Harry?! – chamou Bella caminhando apressadamente atrás dele – O que se passou? Eu ouvi os gritos outra vez e fiquei assustada. E… Onde está o Hugo?
- Está morto. – disse friamente continuando a caminhar.
- O quê?! – perguntou escandalizada.
- Está morto Bella! – disse Harry parando de caminhar e olhando-lhe nos olhos -  Não há nada a fazer, ele morreu!
Ela olhou para ele sem conseguir dizer nada, e os dois continuaram a caminhar.
- Como Harry? – perguntou já a chorar. – Como é que morreu?
- Ele… - engoliu um seco – Ele… enforcou-se.


sábado, 15 de setembro de 2012

Capitulo 5 – Os gritos da Floresta


Todos fizeram as malas e desataram a correr desesperados. Afastaram-se o mais possível daquela casa até se darem caras com uma estrada sem saída.
- E agora? – perguntou Michelle assustada – Vamos para trás?
- Não – disse Derek – Vamos pela floresta – disse apontando para as imensas árvores que tinham dos dois lados da rua.
- Para que lado? – questionou Harry ao mesmo tempo que tentava acalmar Hugo e Patrycia que estavam a chorar.
Olharam todos para um lado e para o outro, indecisos, e acabaram por ir pela direita. A floresta estava assustadoramente escura e completamente deserta. As árvores eram todas escuras, como se estivessem com ferrugem, e todas as folhas estavam rasgadas, como se tivessem sido queimadas.
Correram sempre em frente com esperanças de chegarem a um lugar seguro mas cada vez a floresta ficava mais assustadora. Ouviam-se ruídos e gritos que nenhum deles sabia de onde vinham, mas que os parecia perseguir ao longo do caminho. Finalmente chegaram ao final da floresta e agora os gritos e os ruídos estranhos pareciam vir de muito longe.
- Mas que raio é que se passa com aquela floresta? – perguntou Bella a tremer de medo.
Ninguém respondeu. Talvez porque todos se questionavam do mesmo. Harry colocou o seu braço á volta da Bella para a encorajar de que não era nada de grave e Michele e Michael abraçaram-se com o Brian no meio deles. Era o único que estava calmo, mas parecia perceber tudo o que se passava.
- Mamã… eu quero voltar para casa! – disse Patrycia a chorar agarrada a Angelina.
- Não te preocupes filha, nós vamos já para casa. Vai ficar tudo bem. – acalmou Angelina.
- Não vamos já para casa! – disse Derek franzindo o sobrolho.
- O quê? – perguntou Mickael sem perceber.
- Não é «o quê», diz-se «perdão» oh inteligência! – corrigiu Derek irritado.
- Óh homem tem calma… Estamos todos muito agitados com o que está a acontecer, mas agora o que temos a fazer é voltar para casa e esquecer esta viagem! – disse Angelina tentando parecer calma enquanto falava.
- Já disse que não vamos para casa. – continuou Derek fazendo Michael revirar os olhos – Esta viagem já é sonhada por nós há muito tempo, e não vai ser por os nossos planos não terem corrido como nós esperávamos que vamos desistir!
- Sim, eu concordo com o pai. – disse Harry – Aquela casa estava possuída de coisas estranhas que ninguém consegue explicar, mas só temos que mudar de casa. Vamos para uma que seja mais segura e podemos ficar lá uns dias. Nem que seja só para dormirmos mais uma noite. E se as coisas continuarem assim, amanhã partimos, com mais calma.
- Tu só estás a dizer isso porque queres descobrir o que se passou naquela casa – disse Stella olhando para ele irritada – Eu sei disto porque conheço-te, e sei que não vais desistir enquanto não perceberes o que se passou. Mas eu não vou deixar que tu voltes a entrar lá dentro Harry, não vou!
Harry olhou para o lado e não disse nada. No fundo era mesmo o que lhe apetecia fazer naquele momento, mas não podia arriscar assim a sua vida.
- Tudo bem. – disse Angelina – ficamos aqui mais uns dias, mas se as coisas não melhorarem vamos embora e nunca mais voltamos a pôr aqui os pés!
- Vai correr tudo bem. – disse Michelle olhando para o Brian e acariciando-o.
Todos caminharam pelas ruas daquela cidade misteriosa, e de vês enquanto, ainda se ouviam os gritos que vinham da floresta, deixando todos aterrorizados. Mas na maior parte do tempo, estava silêncio. Um silêncio tão profundo que às vezes ainda assustava mais do que os gritos.
- De quem serão estes gritos? – perguntou Harry franzindo as sobrancelhas. – Parece alguém a matar-se! – brincou rindo-se.
- Não brinques com coisas sérias Harry! – disse Stella.
- Que foi? Achas que é alguém a enforcar-se? Não… Se calhar está a ser esfaqueada! – disse tentando assustar Stella – Ou então o cão dessa pessoa morreu e ela decidiu pôr-se aos berros…
Ia continuar com a brincadeira quando Stella parou de caminhar e ficou a olhar para ele seriamente.
- Estou só a brincar! – disse pegando na mão dela e rindo-se.
Stella tira-lhe a mão e começa a caminhar.
- O que se passa? Estás diferente comigo, não costumas ser assim! – disse caminhando atrás dela – Eu estava só a brincar. Tu até costumas achar piada quando eu…
- Mas hoje é diferente Harry! Já pensaste que isto pode ser sério? Depois do que vi na casa de banho daquela maldita casa, já espero tudo… Mas não é só por causa das tuas piadas de mal gosto que estou assim contigo Harry!
- Stella pára de…
- Vai ver se a Bella precisa de um abraço! – disse virando-lhe costas até ao lado de Michelle.
Continuaram a caminhar e finalmente encontraram uma outra casa para alugar. Esta estava em bom estado e apesar de parecer mais pequena, dava uma ideia muito mais segura e normal, do que a outra.
Chamaram o gerente e perguntaram se podiam alugar para 3 dias e este respondeu que sim, mas que teriam de esperar algum tempo para preparar os quartos. Michael perguntou várias informações sobre a casa e sobre o seu passado, e não houve nada de anormal que os fizesse mudar de ideias. Por isso pousaram as malas e foram para fora da casa. Michelle, Derek, Angelina, Michael e Stella sentaram-se nos bancos que tinham do outro lado da rua, com as crianças mesmo ao lado deles a brincarem com uns ramos caídos no chão. Bella estava junto deles a certificar-se de que não se afastavam dali, olhando para eles descontraídamente.
- Harry, podemos ir dar um passeio? Tou farto de estar aqui… – pediu Hugo, fazendo beicinho.
- Esta bem, anda daí “puto”. – disse Harry dando-lhe a mão – Mãe, Pai, eu vou dar um passeio com o Hugo aqui perto. Ele está muito inquieto e precisa de caminhar um bocado.
- Está bem. Tem cuidado, não te afastes muito! – avisou Angelina.
Harry aconselhou Bella para ir com ele e levar também o Brian a dar uma volta, pois também estava muito inquieto, e Patrycia sentou-se no colo de Stella que os olhava seriamente.
- Queres vir Stella? – perguntou Harry e ela virou a cara para lado.
- Não quero. – respondeu.
Começaram a caminhar por onde tinham vindo para ali e quando se afastaram o suficiente, Bella perguntou:
- O quê que a Stella tem?
- Está com ciúmes por eu estar contigo, ignora.
- A sério? Eu vou falar com ela… - disse, virando-se para trás, para ir ter com a sua amiga.
- Deixa estar Bella. – disse agarrando-a - Deixa, não vale a pena. Quando ela fica com ciúmes ninguém lhe consegue mudar de ideias!
Ouviram-se subitamente os gritos longínquos a voltar e Bella sobressaltou-se.
- Harry, porquê que estamos a ir em direção à floresta? Vamos para trás…
- Não tenhas medo. Não há problema nenhum, só quero verificar uma coisa.
- Harry, vais assustar as crianças!
- Não stresses… Eu vou numa boa! – disse Hugo olhando para a frente, confiante.
Bella riu-se da forma que ele falou.
- O teu irmão é tão engraçado. – disse depois.
Quando chegaram à beira da floresta os gritos ressoavam pelos longos pinheiros.
- Que cheiro a queimado! – disse Hugo tapando o nariz com as mãos.
As folhas caíam lentamente por cima deles como se tivessem acabado de ser arrancadas e uma enorme nuvem de fumo e de cinzas lhes perseguia. Ao longo do caminho os gritos iam sendo cada vez mais intensos e mais assustadores fazendo Bella parar.
- Não aguento mais! Vamos embora daqui Harry…
- Não, já deve faltar pouco. – disse Harry concentrado no caminho - Temos que continuar, pode ser alguém que está a precisar da nossa ajuda!
Continuaram a caminhar e inesperadamente os gritos pararam. Um perturbador silêncio se iniciou na longa floresta até que um corpo cai das árvores amarrado a uma corda. Todos se assustam saltando para trás e olham medrosamente para o corpo à frente deles, no chão, coberto de sangue e com uma corda amarrada à volta do pescoço como se tivesse sido enforcado.
Harry lembra-se do que tinha falado com a Stella e arrepia-se. Uns minutos antes de encontrar aquela figura com a corda ao pescoço falara com Stella na brincadeira que os gritos vinham de alguém que se estava a enforcar, e agora estava alí, mesmo à frente dele,  um corpo de alguém que se tinha acabado de enforcar.
Hugo olhava como se estivesse em estado de choque e o Brian estava assustado e pronto para começar a chorar.
- Vamos embora daqui! – gritou Harry assustado pegando em Hugo e agarrando a mão de Bella que tremia com o Brian no seu colo, perante a imagem aterradora que tinham acabado de ver.

Espero que tenham gostado. Demoramos algum tempo a postar este capitulo mas prometemos que os próximos vão ser muito mais rápidos :)

Beijinhos :D



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Capitulo 4 – O Cartão Encarnado


Derek não desistia de tentar abrir aquela maldita porta e mal ele se afastou dela, esta abriu-se sozinha, mas desta vez, muito lentamente. Lá dentro estava tudo completamente escuro e todos olhavam com medo lá para dentro.
- Quem é que me vai acompanhar até lá dentro? – perguntou Derek receoso.
Ninguém respondeu. Parecia que Derek era o único corajoso capaz de entrar lá dentro. Então ele avançou vagarosamente, levando consigo uma faca que estava em cima da mesa. Entrou pela escuridão e reparou que tinha umas escadas que desciam. Harry foi atrás dele, não o queria deixar ir sozinho, pois podia ser perigoso.
- Filho cuidado, a partir daí tem degraus! – avisou Derek quando percebeu que Harry vinha atrás dele.
As escadas pareciam nunca ter fim e a uma determinada altura, uma luz apareceu pairando no ar de um lado para o outro.
- O que é aquilo? – perguntou Harry.
A luz branca aproxima-se deles e evapora-se no ar fazendo aparecer uma nuvem cinzenta. Mas que raio seria aquilo?
Continuaram a descer e finalmente chegam à dispensa. No momento em que tocam com os pés no chão, as luzes acendem-se e vê-se montes de caixotes espalhados pelo chão, uns vazios e outros preenchidos de coisas normais que se costumam encontrar nas dispensas. Não parecia estar lá ninguém.
- Se está alguém aqui dentro que apareça imediatamente e que pare com esta brincadeira antes que eu chame a polícia! – gritou Derek em voz trémula.
- Pai! Está ali um caixão a mexer-se…
Derek aproximou-se do caixão, olhou e abriu-o rasgando-o com toda a força. Lá dentro estava apenas um cartão encarnado com algo escrito. Pegou nele e leu-o ficando pasmado a olhar para ele.
- O que foi? – perguntou Harry.
Derek mostra-lhe o cartão aterrorizado, e Harry lê: «Entra na casa de banho e encontrar-me-ás!». Olham um para o outro e sobem as escadas a correr. Derek vai em direção a Hugo e pergunta-lhe o que disse a idosa que ele tinha visto na casa de banho.
- Disse para sairmos desta casa, senão o pior ia acontecer e muitas outras coisas esquisitas que não percebi… - respondeu Hugo, agora um pouco mais calmo.
- Façam todos as malas, temos que sair rapidamente desta casa! – disse Derek.
- Mas porquê? – perguntou Michelle sem entender nada – Por amor de Deus, expliquem-me o que se está a passar!
- Vamos, é melhor fazermos o que ele diz. – disse Angie.
- Mas pai, não vamos fazer nada? – perguntou Harry – Seja o que for que nos anda a assustar está na casa de banho!
- É demasiado perigoso, vamos embora! – respondeu.
Harry estava nervoso com aquilo e queria resolver o assunto de uma vez por todas. Há anos que planejavam aquela viagem e não queria que aquilo acabasse assim. Então começou a correr na direção da casa de banho quando Bella lhe agarra o braço, parando-o.
- Espera Harry, não faças isso!
- Tenho que perceber o que se passa aqui! – disse ele.
- Então nós vamos contigo. – disse Stella.
Já à porta da casa de banho, Harry, Stella e Bella preparavam-se com todo o receio, para abrir a porta e ver se estava lá alguma idosa.
- Estão preparadas? – perguntou Harry.
- Não!... Temos mesmo que entrar? – temeu Bella.
Harry apertou delicadamente a mão de Bella para que ela ganhasse coragem, e os três entram na casa de banho deparando-se com o enorme espelho que revestia toda a casa de banho, coberto de sangue. Com esse mesmo sangue estava escrito em grande: “FUJAM OU MORREM!”.
Ao ver semelhante coisa, Stella e Bella gritam ao mesmo tempo sem acreditarem no que viam, fazendo com que o resto da família entrasse lá, tendo a mesma reação. Michelle e Angelina, que estavam com o Brian e a Patrycia ao colo, fogem para trás tapando os olhos aos filhos.
Todos olhavam sem palavras para descrever o que viam quando Harry interrompe o silêncio dizendo medrosamente: «Agora sim, temos definitivamente que fugir!».


Espero que tenham ficado curiosos, vamos dar o nosso melhor no próximo capítulo e vamos tentar publica-lo o mais rápido possível, beijinhos :*

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Capitulo 3 – Avisos Inesperados



Já todos tinham arrumado as suas coisas nos seus devidos quartos e agora sentavam-se à mesa para jantar. Michelle ajudava Angie na cozinha e reparava que Angie estava mais tensa e mais pensativa do que o normal. Porque apesar de já todos terem esquecido aquilo que o gerente falou sobre o passado da casa, Angie, que era uma mulher que gostava de perceber bem as coisas, ainda se questionava sobre as palavras que o gerente proferiu.
Os miúdos ajudaram a pôr a mesa e desse modo todos jantaram na enorme mesa da sala de estar. Apesar da lareira da sala estar acesa, todos se queixavam constantemente do frio que sentiam.
- Ainda bem que o tio Michael acendeu a lareira, senão já todos estávamos congelados! – diz Harry esfregando as mãos para as aquecer.
- Preocupo-me sempre com o vosso bem-estar queridos sobrinhos! – expressa Michael alegremente.
Derek, que se encontrava sentado ao lado direito de Angelina, encosta-se ligeiramente a ela e sussurra ao seu ouvido discretamente: «Agora anda-se a fazer de santo!». Angelina olha para ele sem discrição e resmunga a meia voz «Não comeces!». Todos ficam a olhar para ela e ela disfarça, fingindo que estava a falar sozinha.
Já todos estavam na sobremesa quando as chamas da lareira que ardiam intensamente, se apagam num abrir e fechar de olhos fazendo todos olhar para lá admirados. Inesperadamente, um pequeno e misterioso gato preto aparece do nada e todos se assustam.







- É um gatinho! – exclamou Patrycia cortando o silêncio da enorme casa.
- De onde é que ele apareceu? – questionou Bella admirada.
- Saiu das cinzas - disse Harry – que estranho!
- De certeza que estava no telhado e caiu pela chaminé apagando a fogueira. – concluiu Derek com a maior das calmas. – É estranho é que não se tenha queimado…
- Vamos ficar com ele? – perguntou Patrycia – Vai-se chamar Sam!
- Ainda não disse se podias ficar com ele!
- Anda lá pai, é tão fofinho…
- Nós tratamos dele. – acrescentou Hugo que estava ainda a comer a sobremesa.
Derek acaba por ceder ao pedido dos filhos, mas quando Patrycia se prepara para pegar no pequeno gato ao colo, este foge para dentro de uma dispensa que ninguém ainda tinha reparado que existia naquela casa. Patrycia corre atrás dele e quando chega à dispença, a porta fecha-se quase à velocidade da luz e quase batendo na cara da pequena Patrycia, que cai para trás assustada, fazendo Derek e Angelina correrem ao seu encontro.
- Mas que raio! A porta fechou-se sozinha? – questionou Stella encostando-se a Harry com medo, enquanto os tios olhavam admirados.
- Filha estás bém?! -perguntava Angelina para a filha, e esta responde-lhe com um choro que ecoou por toda a casa.
- Pronto já passou… - acalma Angelina, enquanto Derek se aproximava da porta para a tentar abrir.
- Está trancada! Só pode estar alguém lá dentro – todos se afastam da porta – onde está o Hugo?
- Foi à casa de banho, lá em cima… - afirmou Bella que o vira a subir.
- Eu vou ver se ele está bem. – Disse Harry, subindo as escadas a correr.
Derek tenta uma vez mais abrir a porta da misteriosa dispensa, mas nada a fazia ceder.
- Filho, se és tu que estás aí pára imediatamente com esta brincadeira!
- Porque raio é que o Hugo se ia fechar aí dentro? – pergunta Michelle, já nervosa com a situação.
- Não seria decerto a primeira nem a última vez que ele fazia estas brincadeiras!
- Porquê que o Harry está a demorar tanto?... – preocupa-se Stella falando para Bella – vou lá cima ver o que se passa.
- Eu vou contigo amiga.
Stella e Bella sobem as escadas e quando as duas se aproximam da casa de banho escutam umas vozes. As duas param e olham uma para a outra.
- Vêm do meu quarto! Meu deus quem será? – murmura Stella.
Assustadas com quem poderia ser, pegam ambas numas jarras de barro que se encontravam na janela do corredor para que se pudessem defender, e caminham silenciosamente até ao quarto. Depois, abrem vagarosamente a porta e observam todo o quarto. Não estava lá absolutamente ninguém!
- Eu posso jurar que ouvi vozes vindas daqui! – admirou-se Stella a olhar para o quarto espantada.
- Que estranho, eu também tenho a certeza que ouvi. – disse Bella.
- Bom, vamos ver onde está o Harry e o Hugo. – disse Stella.
As duas entram na casa de banho e vêm o Harry de pé a olhar para o seu irmão, que estava a olhar para o chuveiro.
- O que se passa, Harry? – perguntou Stella.
Ele não responde e ela pergunta outra vez:
- O que se passa com o teu irmão, Harry? Responde-me! Estás-me a assustar!
Hugo olhava fixadamente para o chuveiro, e às vezes para outros lados, com uma cara pálida, parecia estar a ver algo e falava sozinho.
- O que queres? – perguntou Hugo.
Estava a assustar os que estavam a assistir.
- Não posso sair daqui! – disse ele outra vez. – Sai daqui, não te conheço, quem és tu?
Stella e Bella olhavam para ele assustadas, parecia que estava hipnotizado e a falar para um amigo imaginário.
 Passados uns segundos, ele volta ao normal e senta-se no chão. Harry senta-se à beira dele.
- Miudo, o que é que se passou? Porque estavas a falar sozinho?
- Eu não estava a falar sozinho! – informou ele, assustado.
- Ai não? Então estavas a falar com quem, comigo?
- Não, com uma senhora!
- Ahn? Hugo, não brinques comigo, isto é sério! Apanhei um susto!
- Era idosa!
- Mas não existe ninguém idoso aqui!
- Como é que sabes? Eu vi!
- Não pode ser!
-Sim pode, ela disse várias coisas que eu não percebi!!
- O quê que disse?
- Disse que se nós não saissemos desta casa, seria pior para nós!
- O quê? Não acredito! Se eu não vi ninguém, como é que tu viste?
- Não sei, mas eu só sei que a vi, estava mesmo a minha frente!
- Não pode ser!
- Sim, pode!
- Olha vamos voltar lá para baixo, anda.
Levantaram-se os dois e foram ter com o resto da sua familia.
- Então? – perguntou Derek, olhando para todos eles. – O que se passou?
Harry contou tudo enquanto Hugo olhava, ainda aterrorizado com o que acabara de acontecer.
- O quê? Isso é impossível…
- Ela disse que enquanto não saíssemos daqui, iam-nos aparecer muitos avisos. – continuou Hugo apavorado. – Eu acho que ela era um fantasma!
Todos ficam tensos a olhar para Hugo.
- Não digas disparates! – disse Derek – Eu cá não saio desta casa enquanto não apanhar o espertinho que se escondeu aqui dentro e que nos anda a pregar estas partidas!


Como podem observar, a ação começou, e todas estas coisas estranhas vão continuar enquanto a família Houston não sair daquela casa! Esperamos que estejam a gostar, não percam o próximo capitulo. (E pedimos desculpas se demoramos muito tempo a publicar o capitulo, mas ele é bem grande por isso acho que compensou) Beijinhos xoxo :D